Solidão, Oh! Solidão
Há aquela bem intencionada e outra que aos poucos destrói a alma.
Aquela leva a reflexão, a criação e ao encontro consigo mesmo e a um estado de pura liberdade de estar só.
A segunda chega de mansinho, sorrateiramente e tenta se aconchegar justamente quando estamos nos nossos momentos de tristeza, preocupação e fragilidade.
M.Cecilia, Arleta,Vera, Orciza,
Célia, Cristina, Dirceu, Iraci, Trindade,
Sonia, M. Ivone, Benedita, J. Carlos e Stela
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Dinâmica de Grupo: São João na Cultura Popular
No terreiro uma bacia
Que e pra vê se eu para o ano
O meu amor ainda me via
leva eu
leva eu
Benê contou “causo” sobre o mesmo tema da música
Como toda boa festa de S. João , comidinhas típicas foram providenciadas pela Iraci.
Foi um encontro interessante, fazendo parêntesis com o tema do Ciclo “Solidão”.
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No dia 28 o encontro foi no Café do Feirante. Começamos o ciclo “Coisas Boas da Vida” com a participação de Stela, Luiz, Dirceu, Maria Ivone, José Carlos, Cristina, Maria Cecilia, Trindade, Célia, Iraci, Beni e Vera Lúcia.
Encerramos o encontro com a síntese do tema “Solidão” abaixo:
Solidão
Ao refletirmos sobre a solidão, acabamos por ver nela um sentimento ainda não muito bem definido, muitas vezes incompreendido e até confundido com outros sentimentos assemelhados. E pensamos: quem sabe quanto mistério ainda esconde esse sentimento!
Há quem diga que a solidão pode ser, às vezes, bem intencionada, positiva, construtiva, pois nos permite a reflexão, o autoconhecimento, o encontro conosco mesmos; pode levar-nos a um estado de pura liberdade de estar só. E, de fato, é possível experimentarmos esse lado bom da solidão. Entretanto, em outras ocasiões, a solidão mostra-nos a sua face mais destrutiva: pode levar-nos a entrar em uma espiral negativa, por onde, como diz Chico Buarque, “nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma”... E o que é pior: faz isso sem aviso prévio, sem licença, chega de mansinho, sorrateiramente e tenta se aconchegar justamente quando estamos nos nossos momentos de tristeza, preocupação e fragilidade. Torna insuportável ficarmos a sós conosco mesmos. Encerra o ser em um escafandro de vácuo, isola seu cérebro, onde instala um moto contínuo, para o qual, muitas vezes não há rota de fuga. A solidão é, enfim, a ingratidão consigo mesmo.
Estaríamos falando, então, de um mesmo sentimento com suas contraditórias manifestações? Poderíamos pensar nessas diferentes manifestações como solidões, assim, plural, com diferentes caras, mas cada uma, em essência, solidão? Admitindo-se como verdadeira tal hipótese, podemos, então, fazer a nós mesmos alguns questionamentos. Como nos relacionamos com essas solidões? Como lidamos com elas? Conseguimos conviver pacificamente com algumas delas? Sofremos por contas de outras? Desconhecemos, por felicidade, outras tantas?
A complexidade da vida nos dá a medida das possíveis respostas. Algumas delas vamos conseguindo, ao longo de nossa existência, na quebra de braço com a vida, no convívio harmonioso ou não com nossos semelhantes, na partilha, nos encontros e desencontros, nos sucessos e insucessos, nos momentos bons ou não tão bons quanto gostaríamos. E dentre todas as possíveis respostas, uma sobressai por sua condição de meio de superação dos sentimentos destrutivos causados pelo lado obscuro da solidão e pode, por tal condição, ajudar cada um de nós a cruzar a ponte que leva ao lado oposto: inverter o jogo, transformar esse sentimento em arte, descobrir-se forte, solidarizar-se com o outro, ser produtivo e, com tudo isso, tornar-se capaz de conviver com a solidão. Enfim, viver!
Marília, 28 de junho de 2011
M.Cecilia, Arleta,Vera, Orciza,
Célia, Cristina, Dirceu, Iraci, Trinidade,
Sonia, M. Ivone, Benedita, J.Carlos e Stela