quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Haicai

alma de poeta
encontrou a poesia:
Vinícius de Moraes



Praia de Ipanema
garota passa trigueira
nasce uma canção



amor se esvai
cais é prenúncio do adeus
nos olhos da amada



enquanto durar
seja eterno o amor
infinita chama



tarde, sol e mar
na praia de Itapoan
palavras de amor



na boemia
um copo, uma mesa, um bar
Vinícius a poetar

                                Maria ivone

inspirada em Águas de março

É dia é noite
É o menino que cresce
É a vida passando
E eu tranquilo esperando

É a vida tão cheia
É a procura do mais
É o mais se mostrando
Em cada curva chegando
É o mais é o maior
É o amor é o amor

É dia é a noite
E a vida que passa
E a procura que vem
Não se sabe de quem
No mais fundo do ser

O que é o que é
Eu não sei eu não sei
É um projeto e um encontro
É chegar e partir
É a vida que passa, é a vida.


Oficina de Leitura
José Sidney Bastos

Marília 15/10/2013

paródia Soneto do amigo



1-Recriação- Paródia


Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...


Soneto do inimigo

Enfim, depois de tanto acerto passado
Tantas concordâncias, tanto alívio
Eis que ressurge outro, um velho inimigo
Há muito não visto, sempre escondido.

Não é bom sentá-lo ao lado
Com olhos que contêm um olhar feroz
Nunca em paz, muito alterado
E como nunca, singular algoz.

Um bicho diferente de mim, complexo e desumano
Não sabendo se emocionar ou se comover
E a desejar e a comemorar o meu engano.

O inimigo: um ser que a vida não abraça
Que só quer ver o outro morrer
E o espelho da alma estilhaça...

JCCaetano 12/09/2013



Ciclo Vinicius de Morais

Fontes: Vinícius de Moraes: poeta, dramaturgo, compositor

Teve uma vida agitada e efervescente tal como o momento de seu nascimento: diz-se que ele nasceu em meio a forte temporal, na madrugada de 19 de outubro de 1913, no antigo nº 114 (casa já demolida) da Rua Lopes Quintas, no Jardim Botânico, ao lado da chácara de seu avô materno, Antônio Burlamaqui dos Santos Cruz.
A tradição da escrita já estava instalada na família: sua mãe d. Lydia Cruz de Moraes era casada com Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, sobrinho do poeta, cronista e folclorista Mello Moraes Filho e neto do historiador Alexandre José de Mello Moraes.
Vinicius de Moraes foi bacharel em Letras e licenciou-se em Direito, seguindo carreira diplomática, mas entrou para história como poeta, compositor e dramaturgo. Escreveu vários livros de poesia, dentre eles O caminho para a distância (1933), Cinco elegias (1943), Livro dos sonetos (1957) e Para viver um grande amor (poemas e crônicas) (1962). Escreveu também poemas para crianças em sua obra A arca de Noé, lançada em disco em 1980, ano de seu falecimento.
Escreveu peças de teatro como Orfeu da Conceição (1956) e Procura-se uma rosa, em parceria com Pedro Bloch e Gláucio Gil.
Fez várias parcerias como compositor, sendo a mais conhecida a parceria feita com Toquinho, com quem gravou músicas e participou de shows em muitas cidades no país.
Pertence à chamada “geração de 30” do Modernismo brasileiro, embora mais novo que seus pares Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes e Augusto Frederico Schmidt e mais influente que eles nos ulteriores movimentos poéticos.
Casou-se nove vezes e teve quatro filhas.
Em 1979, voltando de viagem à Europa, sofre um derrame cerebral no avião. É operado a 17 de abril de 1980, para a instalação de um dreno cerebral. Morre, na manhã de 9 de julho desse mesmo ano, de edema pulmonar, em sua casa, na Gávea, em companhia de Toquinho e de sua última mulher, Gilda de Queirós Mattoso.

Internet

Dicionário de Literatura (direção de Jacinto do Prado Coelho)

Haicai

Alma de poeta
Encontrou a poesia:
Vinícius de Moraes



Praia de Ipanema
Garota passa trigueira
Nasce uma canção



Amor se esvai
Cais é prenúncio do adeus
Nos olhos da amada



Enquanto durar
Seja eterno o amor
Infinita chama



Tarde, sol e mar
Na praia de Itapuã
Palavras de amor



Na boemia
Um copo, uma mesa, um bar
Vinícius a poetar



Múltiplos parceiros
Plural em vida e obra
Amante geral



Anti-Rosa atômica
Hiroshima devastada

Pranto do poeta

Minha namorada

Minha Namorada 1
Meu poeta eu hoje estou contente
Todo mundo de repente ficou lindo
Ficou lindo de morrer
Eu hoje estou me rindo
Nem eu mesma sei de que
Porque eu recebi
Uma cartinhazinha de você

Paráfrase de MINHA NAMORADA
Vinicius de Moraes e Carlos Lira
 Somente o primeiro verso

Meus amigos poetas e literatos,, hoje estou radiante
Tudo à minha volta e mais além ficou muito diferente
Muito melhor e muito mais bonito. Maravilhoso.
Eu hoje me sinto feliz. Muito feliz.
Alegro-me e, eu sei muito bem por que.
Acontece que, diferentemente de outros dias, hoje é terça feira.
Sim. Hoje é terça feira, dia da Oficina de Leitura.
É dia de receber as cartinhas, as mensagens do grupo.
Vou ler, vou ouvir, vou curtir a presença de vocês. 


"O Dia"

Ai, o dia raiou,
A vida começou,
E quase não durou.

O dia é tempo, 
Que terminou, e
O que se aproveitou?

Lutou, esforçou.
Criou e cansou,
O ideal continuou.

Presente que o Criador nos agraciou,
E que Sua vontade nos reservou..

"Ele" em um sopro 
Nos criou e determinou que a Vida começou.

"Ela" emanou de seu amor eterno e compartilhou o dia, a semana,
O mês, o ano, e o infinito num simples "Fiat Lux".

"A Noite"

Anoiteceu, o sol se pôs,
O descanso chegou, é tempo que começou
Para quem o dia labutou.

Dormiu, sonhou, nos braços de Orfeu viajou,
Pensou. o que se aproveitou?
O corpo descansou e logo tudo recomeçou.

O Pensador meditou:
Na verdade, quando tudo começou?
Se, antes do "Fiat Lux", a noite já existia,
E falando em filosofia,
O dia começou com a noite ou a noite iniciou com o dia?
Parece que a noite não tem valor para a contagem do tempo.
Pois observem, iniciei com o Dia,
 Mas parece que a criação foi trabalhada, pensada, elaborada à noite até o 
"Fiat Lux".
Dirceu= 19.11.2013= Tudo começou com o Papiro.


Garota de Ipanema

Garota De Ipanema


Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
No doce balanço,  caminho do mar
Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar
Ah, por que estou tão sozinho
Ah, por que tudo é tão triste
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha
Ah, se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça

Paródia de GAROTA DE IPANEMA
           
         Tom Jobim e Vinicius de Moraes

Olha que coisa mais feia
Mais cheia de asco
É este velhinho que vem e que passa
Num triste rastejo a caminho do bar.

Velho do corpo cansado dos copos da vida
O seu arrastar é mais que um lamento
É a coisa mais triste
Que o próprio tormento.

Ah! Por que estás tão sozinho?
Ah! Por que és infeliz?
Ah! Se ainda houvesse um amor!
O amor que já não mereces!
E que também está sozinho

Ah! Se você soubesse
Que toda cachaça
Do mundo não passa
De Doce veneno
Servido no bar




E fica mais lindo
Por causa do amor


Soneto de um ódio a mais


Eu odeio demais os passarinhos
Que matei tantos em segredo
Odeio as flores despertadas cedo
pelo vento orvalhado do caminho

Odeio as sombras do arvoredo
Em seu suave entardecer de ninho
Odeio receber carinhos
E de amar morro de medo

Tenho ódio do amor o que de cada
Coisa que der resulte enraivecida
O ódio do que se der a coisa desamada

E que sofra por merecida
Aquela que me levou tudo na vida
E que de mim só quer dim-dim_ mais nada.

Inspirado no Soneto do Amor maior de Vinicius de Moraes


SONETO DO AMOR DEMAIS

    Vinicius de Moraes
Não, já não amo mais os passarinhos
A quem, triste,contei tanto segredo
Nem amo as flores despertadas cedo
Pelo vento orvalhado dos caminhos.

Não amo mais as sombras do arvoredo
Em seu suave entardecer de ninhos
Nem amo receber outros carinhos
E até de amar a vida tenho medo

Tenho medo de amar o que de cada
Coisa que der resulte empobrecida
A paixão do que se der a coisa amada

E que não sofra por desmerecida
Aquela que me deu tudo na vida

E que de mim  só quer amor – mais nada

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Haicai Célia

Cadência, Elegância
A garota de Ipanema
Encantou Vinicíus
       
           Célia R. G. Licas







GAROTA DE IPANEMA

GAROTA DE IPANEMA
Tom Jobim e Vinicius de Mores

Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço, caminho do mar...

Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema
O seu balançado é mais que um poema
É a coisa mais linda que eu já vi passar

Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe,
A beleza que não é só minha.
Que também passa sozinha.

Ah! Se ela soubesse
Que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche e graça.
E fica mais lindo por causa do amor.
Por causa do amor. (Bis)
.

Paródia de GAROTA DE IPANEMA
Iraci P. M. de Melo

Olha que coisa mais feia
Mais cheia de asco
É este velhinho
Que vem e que passa
Num triste rastejo caminho do bar.

Velho do corpo cansado dos copos da vida
O seu arrastar é mais que lamento
É coisa mais triste
Que o próprio tormento.

Ah! Por que estás tão sozinho?
Ah! Por que és infeliz?
Ah! Ainda existe um amor,
Um amor que já não mereces.
Que também está sozinho.

Ah! Se ele soubesse
Que toda a cachaça,
Do mundo não passa de doce veneno,
Bem mais doce e mais fino,
Servido no bar. (Bis)



PARÓDIA E PARÁFRASE DA MÚSICA: “EU SEI QUE VOU TE AMAR” DE VINÍCIUS DE MORAES

PARÓDIA E PARÁFRASE DA MÚSICA: “EU SEI QUE VOU TE AMAR” DE VINÍCIUS DE MORAES

Letra original:

Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
A cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente
Eu sei que eu vou te amar
E cada verso meu será pra te dizer
Que eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que essa ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda a minha vida

Paródia:
Considerando que Vinícius dizia que o “O amor é eterno enquanto dure” é que foi feita esta paródia.

Eu sei que vou te enganar
Por toda a existência eu vou te enganar
E em cada retorno eu vou te enganar
E alegremente eu sei que vou te enganar
E em cada verso meu será para te dizer,
Que eu sei que vou te enganar
Por toda a minha existência eu sei que vou sorrir
A cada presença tua eu vou sorrir
Mas cada ida tua há de luzir
O que esta tua presença me causou
Eu sei que vou sorrir
A passageira peripécia de morrer
A espera de morrer longe de você
Em todas as existências
Eu que vou sorrir
A cada presença tua eu vou sorrir
E a cada ida tua há de luzir
O que esta presença tua me causou.
Eu sei que vou sofrer a passageira peripécia de morrer
A espera de morrer longe de ti
Em todas as existências.

Paráfrase de Eu sei que vou te amar

O meu amor por você é infinito
E tenho plena convicção que perdurará pelo evos
Despedida nem pensar
E reafirmo minhas convicções
Por intermédio dos versos que lhe faço
Apaixonadamente
Tudo isso fortalece a minha certeza de que a vida é infinita
Portanto, ausências nunca existirão
E seria lamentável se a esperança se fosse

Assinado: Dirceu





sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Ciclo Vinicius de Morais

A Casa

Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela não
Porque na casa
Não tinha chão
Ninguém podia
Dormir na rede
Porque na casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali
Mas era feitaSoneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.














Dissoneto de Infidelidade
Maria Ivone Pandolfi

De nada àquele sujeito serei atenta
Agora e sempre sem cuidado, sem pranto
Mesmo diante da sua cara de santo
Só darei a ele meu “fogo nas venta”

Quero desviver cada inútil momento
Que em sua companhia gastei meu tempo
E comemorar e rir de contentamento
Por sabê-lo em desgraça e sofrimento

E quanto antes pro inferno ele se for
Levando a corja com a qual convive
Deixando-me viver em paz, à minha moda

Eu possa me dizer da sorte (que tive)
Que não foi por acaso, posto que sou f_ _ _
Mas triunfo de mulher ante a traição e o desamor.

Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero

Vinicius de Moraes







O barraco

Era um barraco
Com muita graça
Tendo por teto
Um pé de goiaba
Todos podiam
Entrar nele sim
Pois dentro dele
Tinha um jardim
Todos podiam
Dormir nas redes
Que estavam presas
Em suas paredes
Todos podiam
Fazer xixi
Em todo canto
Que havia ali
Ele era feito
De pedra e sargaço
Na rua dos Beijos
Bairro do Abraço.

Maria Ivone Pandolfi



terça-feira, 18 de agosto de 2015

Haicai Sonia

Velhice é vida
Vida muito bem vivida
E perto da partida

Receita de mulher
Ao operário em construção
Vinicius em ação

O poeta Vinicius cantou
Sempre a mulher amada
Nove vezes casou

Trabalho com nexo
A parceria com Toquinho
Só não teve sexo

Da minha janela
Vejo o sol no  horizonte
É anúncio da noite

É tempo de flores
Sabiá canta na janela

Chegou a primavera

Quem sou eu

Minha foto
Nosso Grupo de Leitura atualmente apresenta a seguinte formação: Iraci - Existencia; Ivone - Inspiração; J.C. Caetano - Reinvenção; Dirceu - Questionamento; Orciza - Reflexão; Sonia - Articulação; Elci - Entendimento; Cássia - Cordialidade; Dade - Criação; Vera - Saudade; Simone - Aquela que ouve!

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