sábado, 30 de julho de 2016

haicais Caminhos

Mar de luz e cor
Linha sinuosa cruza
Caminho entre flores.
Stela Miller

Dois caminhos   
Indecisão, escolha
Sigo em frente
Célia Guedes

Dentro do carro
Diante de dois caminhos
Ligo a seta
Célia Guedes

Pedra no caminho
Tropeça, cai, levanta
Segue em frente

Cristina

terça-feira, 26 de julho de 2016

Mega-Sena de haicai

haicai

Caminho num planeta
Perdido na Galáxia
Perdida no Cosmos

   José Carlos - 26-03-2014

A VOLTA (Sonia)


Ele levantou-se cedo como sempre fazia. Era um costume vindo dos longos anos de trabalho.
Aposentado, não conseguia ficar na cama.  Sua mulher dizia que era um vício.
Saiu do quarto, foi até a cozinha, abriu o vitrô e olhou o céu azul; o dia já estava quente. Preparou o café. Sentou-se e saboreou os goles vagarosamente. Em seguida preparou outra xícara e levou para a mulher, que meio acordada curtia a cama mais um pouco. Sentou-se ao lado da mulher enquanto ela tomava o café. Ficaram ali ainda mais um pouco.
Ela se levantou para se trocar. Ele saiu do quarto e foi até a sala, ligou a televisão para ouvir as notícias da manhã.
Ela foi para a cozinha e preparou o café da manhã e os dois tomaram juntos como sempre fizeram. Terminado, ela foi cuidar dos afazeres da casa e ele sentou-se no sofá da sala para ler o jornal.
O dia amanheceu infernalmente quente.
Finda a leitura do jornal, dobrou-o e colocou sobre a mesinha. A mulher o leria depois do almoço e faria as palavras cruzadas.
Resolveu sair. Avisou a mulher que iria dar um volta. Saiu andando vagarosamente.
No caminho encontrou um velho amigo que terminara de fazer sua caminhada matinal. Cumprimentaram-se e foram tomar um café num barzinho próximo. Papearam por algum tempo. O amigo olhou o relógio. Despediu-se. Precisava levar o neto `a aula de inglês.
Sozinho, resolveu ir a um supermercado nas imediações. Lá havia ar condicionado e uma boa, música, quem sabe encontrar alguém para mais um papo.
Andou um pouco, olhou as frutas, as flores e pensou na mulher. Para agradá-la era só dar-lhe flores, elas eram sua paixão. De repente, sentiu um atordoamento e procurou um lugar para sentar; sentou-se num banco próximo e caiu para o lado.
As pessoas se aproximaram. Alguém ligou para o SAMU. Chegou rápido. O médico examinou o homem e imediatamente começou a massagem cardíaca, alguém chegou correndo com o tubo de oxigênio e outro com a maca.
Reagiu. Reanimado foi removido para o hospital. A família foi avisada. O filho deixou o trabalho e rumou para o hospital. A mulher desesperada queria notícias. A nora recém-chegada tentava acalmá-la.
O filho conversou com o médico.  O pai entraria para a sala de cirurgia. Coração.
Enquanto o filho preenchia a papelada para uma possível cirurgia, o médico informou que outro enfarto naquele momento tirava a vida do homem.
O filho voltou para a casa da mãe. Precisava avisá-la e também aos outros irmãos.
Em casa abraçaram-se aos prantos.
Depois saiu para preparar o funeral.
A notícia correu. O amigo da manhã quase desmaiou quando soube da notícia.

A mulher, inconformada, não parava de dizer “ele só ia dar uma volta, ele só ia dar uma volta”.

domingo, 17 de julho de 2016

Poema Dirceu

Poemas – Arlêta Nóbrega Zelante



Flores no jardim
Perfume no ar
É primavera!

É um leopardo
De medo ardo
De repente acordei.

De manhã choro de tristeza
De tarde choro de alegria
Como vai acabar o meu dia?

A noite chega
O Cruzeiro do Sul aparece
Vou procurar meu norte.

É noite de lua cheia
Olha a bruxa na vassoura
Começo a sonhar.

O macaco sobe na árvore
Rouba-lhe frutas
A Natureza esbraveja
O macaco treme
Tempestade...

A folha cai da árvore
Balança displicente

Não viu a queda d’água.

haicai Caetano

Caminho num planeta
Perdido na Galáxia
Perdida no Cosmos

   José Carlos - 26-03-2014 

Caminhos

Caminhos percorridos por Paulo Leminski


Algumas passagens da vida de Paulo Leminski e sua obra.
No livro do autor, Toda Poesia, a apresentadora Alice Ruiz (sua esposa) a ele assim se refere: "Este livro é antes de tudo uma vida inteira de poesia uma vida totalmente dedicada ao fazer poético. Curta, é verdade, mas intensa, profícua e original" (p. 7). Escreve ainda Alice Ruiz: "A análise crítica, melhor deixá-la aos especialistas, aqui me compete lembrar história/ vida dos livros que compõem este livro único. (Idem).
Paulo Leminski, desde cedo, chamou a atenção por sua intelectualidade, genialidade e cultura.
Nasceu em1944, mestiço de pai polonês e de mãe negra, de personalidade rica e forte: estava sempre à beira de uma explosão e assim produziu muito. É dono de uma extensa diversificada e relevante obra. Desde muito cedo, Paulo inventou um jeito próprio de escrever poesia, preferindo poemas breves muitas vezes fazendo Haicais, trocadilhos ou brincando com ditados franceses.
Em1958, entrou para o Mosteiro de S. Bento, onde permaneceu por um ano.
Do convívio com o clero, mais do que a influência religiosa, o ambiente de recolhimento foi propício aos estudos da alma e das riquezas da palavra. Esse convívio, apesar do curto tempo, foi suficiente para deixar raízes, pois o amor pelo conhecimento, uma vez despertado, não se apaga facilmente.
Havia nele uma energia viril, que que nos faz querer conquistar o mundo e absorver o que ele tem para ensinar.
Casou pela primeira vez com a desenhista e artista plástica Neiva Maria de Souza (da qual se separou em 1968). Estreou em 1964 com cinco poemas na revista Invenção, dirigida por Décio Pignatari em S. Paulo, porta voz da poesia concreta paulista. Foi também professor de História e de Redação em cursos pré-vestibulares e era ainda professor de judô (no qual era faixa- preta).
Foi classificado, em 1966, em primeiro lugar no I Concurso de Poesia Moderna. Casou pela segunda vez com Alice Ruiz, teve três filhos: um homem que morreu aos 10 anos vítima de um linfoma e duas mulheres. Em Curitiba, tornou- se diretor de criação e prosista; Leminski era também tradutor, falava Seis línguas estrangeiras (inglês, francês, latim, grego, japonês e espanhol).
Viveu no período de efervescência política e cultural sendo influenciado pelos escritores, poetas, músicos e fatos desse momento histórico.
Paulo Leminski foi um estudioso da cultura japonesa; escreveu a biografia de Matsuó Bashô, e ainda as de Cruz e Souza, Jesus e Trotsky.
Ainda Alice Ruiz conclui "Embora os livros se diferenciem entre si, têm a mesma marca de sua escrita poética. Raízes na poesia concreta, na síntese, na experimentação e no coloquial" (p. 10).
Leminski morreu em 7 de junho de 1989, em consequência de uma cirrose hepática.

Marilia, 9 de março de 2014.

Arleta N. Zelante



Poemas – Arlêta Nóbrega Zelante



Flores no jardim
Perfume no ar
É primavera!

É um leopardo
De medo ardo

De repente acordei.

haicai maria Ivone


voo de beija-flor
equilíbrio em pleno ar
incerto caminhar
Outro:
noite de verão
céu de estrelas e luar
caminho de andar
'Parei, estacionei
corri não aguentei
caminhei..."

Dirceu 19.03.2014

haicai Iraci

"É quase noite! 
Corri, corri, desde ontem.
Haverá amanhã?" .

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Nosso Grupo de Leitura atualmente apresenta a seguinte formação: Iraci - Existencia; Ivone - Inspiração; J.C. Caetano - Reinvenção; Dirceu - Questionamento; Orciza - Reflexão; Sonia - Articulação; Elci - Entendimento; Cássia - Cordialidade; Dade - Criação; Vera - Saudade; Simone - Aquela que ouve!

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