quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Em Cafarnaum

Veríssimo – O Estado de S. Paulo 05/09/2010

1. E aconteceu que chegou a Cafarnaum a notícia de um homem que transformava água em vinho. O estranho homem estivera numa festa de casamento em Canaã, na província da Galileia, e ao ser informado de que acabara o vinho, mandara encher seis talhas de pedra com água, e transformara a água em vinho. E a notícia se espalhara por toda a região, e chegara a Cafarnaum.

2. E aconteceu que um homem "entrou na venda de Guizael, em Cafarnaum, e Guizael achou o homem estranho, e deduziu que aquele era o homem que transformara água , em vinho, em Canaã. E Guizael agradeceu a Deus por ter levado o homem a Cafarnaum, e ofereceu comida ao homem estranho: pão, peixe, coalhada e um copo de água. E Guizael piscou um olho para o homem estranho, e disse: podes transformar esta água no que quiseres, para acompanhar o jantar.

3. E o homem sorriu, e tocou a borda do copo com um dedo, e a água se transformou em vinho. E Guizael foi tomado de grande alegria, e disse: tens um grande poder. E o homem disse: ainda não viste nada, E tocou o pão com um dedo, e o pão se multiplicou, e o balcão da venda de Guizael se cobriu de pães, E O homem tocou o peixe,e os peixes também se multiplicaram. E assim aconteceu com os potes de coalhada. E Guizael exultou.

4. E Guizael propôs um negócio ao homem estranho. Uma parceria na venda. Ele multiplicaria os potes de coalhada, e os pães, e os peixes, e transformaria a água em vinho, e Guizael economizaria, na farinha dos pães e no leite da coalhada, e não dependeria mais dos seus fornecedores de peixes e de vinho. O homem só entraria com o seu dedo milagroso, e em troca teria direito a 20 or cento do faturamento da venda.

5. O homem sorriu e disse que sua missão era outra. Que estava no mundo para multiplicar o número de crentes em Deus, e para transformar não água em vinho mas o coração e a mente das pessoas, e que o único lucro que buscava era a salvação da humanidade. Trinta por cento, disse Guizael. O homem sacudiu a cabeça. Não se interessava pela riqueza, sua glória não seria deste mundo.

6. Fifty-fifty, disse Guizael, ou o equivalente em aramaico. E vendo que o homem hesitava, prosseguiu: aquela sua missão não acabaria bem. Mudar o coração e a mente das pessoas, o que era aquilo? Ele acabaria preso como agitador, talvez até executado. E sua pregação seria em vão. Seu sacrifício não mudaria nada. Mas se ficasse em Cafarrnaum e aceitasse a proposta de Guiizael, o homem teria uma vida longa e feliz. Cafarnaum não era o mundo, mas era uma um lugarzinho simpático, ótimo para se criar os filhos.

7. Eo homem aceitou a proposta de Guizael para ficar em Cafarnaum. E disse: sabes, claro, que isto vai mudar a história da humanidade. E disse Gizael: a humanidade não merece mesmo. E o homem sorriu, e tocou o copo com seu dedo outra vez, e trocou o vinho tinto em vinho branco, para companhar o peixe.









sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cristo Cósmico

CICLO DE LEITURAS SOBRE CRISTO

O seu nascimento é muito falado e comentado. O protagonista, os personagens e coadjuvantes deste fato são alvo de evangelhos, contos, ficções, filmes e novelas. Talvez Cristo seja o personagem mais citado no globo terrestre, tanto por cristãos como por adeptos de outras religiões ocidentais e orientais.

A infância , adolescência e juventude de Cristo são apenas conhecidas por especulações de escritores e ficcionistas. Pouquíssimos são os fatos citados nestas fases de sua vida.

Terá o menino, e o jovem Jesus tido a infância e a adolescência normal de todo o ser humano?

Não creio! Acho que desde de cedo ele tenha sido arrebatado (não imagino por quem) da família para algum tipo de treinamento filosófico, teológico e sociológico que durou todos os obscuros anos de sua vida.

Repentinamente surge o adulto Jesus pregando o reino que não é desse mundo, e que também não sei de qual é. Nossas religiões falam num Paraiso estranho, onde o ser humano estará totalmente descaracterizado, pois Lá não sentirá nada, nem fome, nem frio, nem dor, nem desejos, nem ódio, não terá mais os cinco (ou seis?) sentidos que conhecemos hoje, mas talvez somente o Amor. Será uma outra dimensão? Ou outro Universo que não podemos ora ver ou sentir ?

O Universo conhecido da humanidade tem se expandido de maneira espantosa, tanto no tempo quanto no espaço desde os primeiros conhecimentos astronômicos, de tal forma que hoje nossa mente não consegue mais mensurar o tamanho nem a duração do Cosmo.

O que será da humanidade quando o sol chegar ao final já comprovado de sua vida daqui há alguns bilhões de anos (aeons)? Estaremos viajando no espaço infinito na busca de outro lugar para habitarmos? Ou sucumbiremos todos? Ou apenas alguns escolhidos serão poupados e transladados para algures?

E se o próprio Universo findar? As teorias atuais falam num possivel universo pulsante, do “Big Bang” ao “Big Crush” e nova explosão e tudo começa outra vez num ciclo infindável no verdadeiro infinito (onde tempo e espaço , energia e matéria se confundem).

Se somos realmente filhos deste Deus citado por todos os monoteistas, não iremos desaparecer, pois o Criador não permitirá que as suas “humanidades” que habitam as muitas moradas do Pai não pereçam, por força de seu próprio poder.

Teremos condições de chegar a algum outro longinquo astro que ofereça possibilidade de vida tal como a conhecemos na Terra? Ou será que sofreremos mutações de tal forma que não seremos mais homens, nem mulheres ? Seremos apenas “espiritos” ou mentes desprovidos de corpo físico, ou algum tipo de energia psíquica coletiva que conviverá com outras “antigas humanidades”?

Portanto a vinda e passagem de Jesus por esta Terra deve ter um significado muito maior do que aquele que as religiões pregam. Jesus pregou o Amor em sua essência, e nós ao meu ver ainda não entendemos perfeitamente o que Ele nos quis ensinar.

Na época Ele falava por parábolas, parábolas que se inseriam no linguajar, costumes e entendimento do povo rude e ignorante naquele momento e ambientação. Como poderíamos traduzir com perfeição o que ele queria passar para os seus seguidores aos dias atribulados de hoje?

Hoje a Ciência fala num estranho linguajar onde a materia e a energia parecem-se mais com seres vivos, dotadas de inteligência própria e também de sentidos e desejos .

Falam-se em atração que não tem limites de distância , nem de tempo. Falam-se em amor entre partículas subatômicas. Falam-se também em sabores como propriedades destas partículas. Falam-se em multiplas dimensões, universos múltiplos e paralelos interligados por buracos negros...

O que a humanidade está fazendo em meio a isto tudo?

Já ouvi afirmações de sábios dizendo que um único elétron pode amazenar todo o conhecimento do Universo e mais, na proximidade de um outro elétron haverá trocas de energia e de registros (conhecimento) entre eles. Sharon afirma ter provado matemáticamente que o “espirito” habita um dos elétrons do corpo humano e este elétron contrariando o que os elétrons comuns fazem constantemente,nunca abandona o corpo a não ser na hora da morte.

As explicações tanto religiosas quanto da Ciência para as origens da Vida e do próprio Universo são muito esquisitas, mexem com nossa capacidade de compreensão e nos deixam com mais dúvidas do que certezas...

José Carlos Caetano

31/08/2010

A moral de Cristo

Moral = conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada.

Ao ler “Em 6 passos o que faria Jesus...”, percebi que era exatamente o que queria expressar:

Cristo foi homem. Iluminado, mas homem. Viveu na carne e usou todos os sentidos, sempre inserido no mundo. Sua espiritualidade não era excludente, ele abraçava, incluía a todos e era generoso no meio em que vivia. Estava disponível para o momento, vivia o momento, prestava atenção em quem estava com ele. Desfrutava sem possuir, demonstrando que o valor não está em acumular, ter, mas em ser. Era imprevisível e contraditório, sempre fazendo ou dizendo o que não se esperava dele. Era intolerante com os religiosos, por não aceitar um suposto monopólio sobre Deus.

A grande moral de Cristo reside em uma única regra: o Amor. Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Afinal, somos todos pequenos deuses, por filiação, por imagem e semelhança e por origem. Estamos um pouco no outro e o outro está em nós e todos temos a centelha divina ardendo, queimando, iluminando, ou apenas apagada ou adormecida dentro de nós. Se vivermos o dia a dia, sem apegos, sem afastamentos e exclusões, sem submissão a regras de homens, se tivermos incertezas e formos imprevisíveis, mas praticarmos o amor, estaremos seguindo a moral do Cristo.

Maria Ivone Pandolfi

29/08/2010

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