sábado, 20 de julho de 2013


FESTA NO OLIMPO
Zeus, o deus dos deuses, resolveu organizar  uma festa no Olimpo  para comemorar a existência de todos os deuses.  Enviou seu mensageiro para que avisasse os deuses, informando a data e o horário do evento.
Artemis, deusa da caça, caça hoje politicamente incorreta, resolveu sair em busca de um humano para acompanhá-la a festa. Encontrou Tiago Lacerda, convidou-o, mas a Globo não o liberou. Frustrada avisou que  não iria.
Prometeu avisou que, infelizmente, não poderia comparecer  pois se recuperava de uma lesão no fígado.
Apolo também não iria; estava envolvido num novo projeto artístico, escrevendo poesias para seu novo livro.
Eolo, depois do tsumani do Japão, pegou uma forte gripe e ainda não está de todo curado.
Demeter, deusa da agricultura, estava no nordeste do Brasil, preocupada com a grande seca.
Atena, deusa do bom senso, estava  em missão no Oriente Médio onde sua presença  era in dispensável.
Venus, deusa da formosura, mandou avisar que não iria de jeito nenhum, não poderia sair doregime.
Hermes, o mensageiro dos deuses,  avisou a  mulher que participaria sozinho da festa do Olimpo . A esposa, furiosa, quebrou-lhe as asinhas, e ele, acamado, não pode comparecer.
Poseidon, das profundezas do mar,  estava furioso. As sereias, que ouviram falar que um tal de Ulisses navegaria por aquelas águas, resolveram cantar para ele e até o momento não haviam regressado .Poseidon, puto da vida, avisou que não iria prá porra nenhuma.
Baco compareceu. Chegou cedo com os tonéis de vinho e cedo começou a beber e, depois de dizer muitas besteiras, dormiu num sofá.
Hera, esposa de Zeus, de TPM, muito brava com os impropérios de Baco, brigou com Zeus, chamando-o de banana e  se trancou no quarto.
E assim, um a um, todos declinaram do convite.
“Ninguém, ninguém...” vociferava  Zeus caminhando de um lado para outro . Emputecido com a ausência dos seus iguais, debruçou-se sobre um para peito e olhou os mortais aqui na Terra.
De repente viu algo que o encantou. Um bando de periguetes, numa fila, aguardando ingresso para a festa de um jogador. Prestou atenção nas meninas, o decote lá em baixo e a saia lá em cima e os saltos dos sapatos!  Levou todas para o Olimpo. Lá nem precisaram enfrentar a tal fila. Ofereceu-lhes o banquete e o bom vinho.
Em pouco tempo a alegria era geral. Zeus teve com elas uma grande noitada.

Um Mito João do Candeeiro







"HISTORIETA SOBRE DEUSES"

"HISTORIETA SOBRE DEUSES"
Eu estava muito cansado naquele dia, tinha havido muitas atividades estressantes durante o dia todo e parte da noite também.
Sentei-me em minha poltrona predileta para assistir um filme antigo, romântico tipo “água com açúcar”, pois queria relaxar...

...dei uma cochilada e abri os olhos... “Surpresa”! , eu não estava na minha poltrona, mas num banco de mármore ricamente entalhado e polido, ao redor havia um jardim magnífico, todo florido com plantas que eu jamais imaginei que existiriam. Um Éden? Não! Mais que isso, era a morada dos deuses! Parecia o Olimpo, pelos motivos greco-romanos visíveis em toda parte.
Eu podia vislumbrar ao longe sobre um monte verdejante um majestoso Palácio de Mármore incrustado de filigranas douradas, faiscando sob uma luz estranha, porque não havia sol, no entanto toda natureza ao redor estava intensamente iluminada. Pássaros multicoloridos esvoaçavam pelo jardim piando e entoando melodias maravilhosas. Levantei-me apressadamente tentando entender o que estava se passando.  

Tinha sido transportado para outra dimensão, ou era mesmo um sonho? Mas tudo era tão real e palpável, eu podia sentir o aroma das flores e a brisa suave em meu rosto. Eu me sentia tão bem que achei que havia morrido e que estava entrando no Paraíso. Estremeci sob este pensamento, pois não pretendia deixar este mundo tão cedo. Havia ainda muito o que fazer para me dar o luxo de “desertar” e ainda por cima quando a vida é muito boa.
Ouvi então atrás de mim uma cantiga de vozes suaves femininas, me voltei e não pude acreditar no que via: “Mulheres maravilhosas”, todas usando roupas claras, semitransparentes e esvoaçantes, dançando e cantando em rodas numa clareira, ao som de liras e flautas executadas por sátiros, e criaturas que eu bem conhecia das histórias que lera quando menino e sonhador.                                                                                                                                                                                   

Fiquei estático apreciando aquele espetáculo único, sendo o único expectador procurei tirar o maior proveito possível do prazer que isto me proporcionava. Em um dado momento uma das moças, vestida de azul celeste, se aproxima de mim com uma flor multicor muito perfumada nas mãos brancas e delicadas e me oferece com um lindo sorriso no rosto, dizendo-me algumas palavras que não pude entender. É claro que aceitei e retribui o sorriso. Ela fez uma pequena reverência e voltou ao grupo. Mesmo que eu entendesse suas palavras eu não teria palavras como resposta, pois eu estava em êxtase.

Antes que eu me recuperasse, uma voz masculina, possante e dominadora fez-se ouvir, vindo não sei de onde, parecia vir de todas as direções. Falava uma língua estranha, mas muito melodiosa apesar de severa. Entendi que chamava atenção das moças que pararam a dança e a cantoria paralisadas e pálidas, fazendo com que os “músicos” debandassem em acelerada correria.
Tentei ver quem falava, mas não era possível, parece que somente as moças e os outros seres é que o viam. Eu podia sentir esta presença dominante, mas não o via.
Estremeci e acreditei que eu tivesse assistido uma cena que era proibida aos mortais, daí a admoestação às moças e talvez a mim mesmo. Esperei o pior, imaginando o castigo que me seria impingido...
Entretanto a entonação da voz mudou e eu podia entender o que ele me dizia, muito embora continuasse sem poder vê-lo:
-Você foi um privilegiado por ter presenciado esta dança proibida aos mortais, que remonta há incontáveis séculos no passado, ela trata-se de um “Ritual de Adoração à Divindade” que é executado por semideusas. No entanto, já que você a presenciou só se recordará dele como se fosse um sonho, mas eu lhe garanto que não foi. Pode contar a quem quiser, pois vão achar que você delirou ou que é um louco...

Então senti a cabeça a girar cada vez mais célere, e vi-me a despencar num abismo sem fundo. A queda parecia não ter mais fim. Durava uma eternidade enquanto eu esperava o impacto final...

Aconteceu o impacto contra o chão da minha sala. Abri os olhos e me vi deitado no assoalho ao lado da poltrona.
Exclamei: - Puxa que sonho legal! 
Espera aì! O Que faz esta flor na minha mão?


José Carlos Caetano
Oficina de Leitura-UNATI-UNESP
Marília 05 de novembro de 2012

Salada de deuses

Entre o esvanecer de Artemis
E os primeiros raios de Apolo
O levantar de Poseidon
Desperta Éolo que sopra
Em forte sussurro:
“Deuses não há! Deuses não há!”
Abro as portas para a dúvida:
“Deuses não há?
Morreram os deuses do Olimpo?
Partiram em naves rumo ao Nada”
Então percebo que eles estão presentes
Por aí, brincando, sorrindo, dançando...

Eros apressa Cronos
Para não perder o encontro
Se Ares não der o ar da graça
Hermes armará barraca na praça
E, se Hera já era
Deixou um manifesto
De afeto por Hefesto
Enquanto seres em Ceres esperam
Por farta colheitas...
E eu, pobre mortal,
Rogo a Zeus que interceda
Que Palas me conceda seu dom
E fujo do que há de ser
No reino de Hades
Porque, no fim, acredite
Quero ser Afrodite.

Maria Ivone Pandolfi
Uma pitada de Mitologia
Stela Miller

Segundo Sarah Bartlett, “os mitos são a expressão atemporal da imaginação, tanto coletiva como individual, e da nossa necessidade de compreender quem somos no universo.” Eles são concebidos pelos mais diferentes povos da Terra sob a forma de narrativas sagradas que têm por objetivo dar uma explicação para nossa condição humana, nossa relação com o divino e com a ansiedade e o medo diante do desconhecido.
Do ponto de vista de Angelita Viana Corrêa Scárdua, o Mito revela um tempo histórico que se caracteriza como o “tempo da luta humana para fixar-se como espécie sobre a face da terra e por isso mesmo um tempo heróico e fabuloso em que as forças da natureza ora eram vistas como ameaças devastadoras, ora eram vistas como recursos essenciais à sobrevivência do ser humano. Essas forças indomáveis do mundo natural tinham para nossos ancestrais a invencibilidade do sobrenatural, ou seja, daquilo que se sobrepõe à própria natureza e que é maior e melhor do que ela e, por isso mesmo, a única coisa capaz de gerá-la e expressá-la: os deuses.”
As narrativas míticas, desde suas origens remotas, foram transmitidas “oralmente de geração em geração, evoluindo e se desenvolvendo ao longo do tempo até se tornarem a base de muitas religiões” (BARTLETT). Tanto é assim que, em diversas mitologias há narrativas da criação do mundo que procuram explicar como surgiu o universo e os homens que o habitam.
Uma dessas narrativas, muito interessante, é a de Pan-Ku, de origem chinesa, que tem como base a ideia de “despedaçamento do corpo de um Deus”.
“Segundo a tradição, antes da separação do céu e da terra, o Universo assemelhava-se a um ovo gigantesco. Pan-Ku crescia em seu interior. Após dezoito mil anos, subitamente despertou e abrindo os olhos não se apercebeu de coisa alguma ao redor de si. Atordoado, tomou de um machado e girando-o com grande ímpeto, conseguiu quebrar a casca do ovo, com enorme estrondo...
“Pan-Ku continuava a desenvolver-se, tão forte e sólido, que sustentava o céu. Contudo, chegado o momento em que estando firmes o céu e a terra, entendeu não ser mais necessária a sua permanência na posição de eixo e assim deitou-se para morrer. E metamorfoseou-se. Magicamente sua respiração transforma-se no vento e nas nuvens, e sua voz no trovão. De seu olho esquerdo nasce o sol. De seu olho direito surge a lua. Mãos e pés criam as quatro direções cardeais  e as grandes montanhas. De seu sangue, o milagre dos rios, e dos nervos os caminhos naturais. De seus cabelos e barba criam-se as estrelas. De sua pele e pelos brotam árvores e outros vegetais. De seus dentes e ossos eclodem as rochas e pedras preciosas, as pérolas e o jade. E de seu suor, a fonte do orvalho e da chuva.” (FARJANI, 1991, p. 79-80, citando China, Lendas e Mitos, Roswitha Kempt Editores, Ching & Wei).
Na mitologia hindu, a mesma ideia aparece: o mundo é criado a partir do sacrifício (sacro-ofício, ou seja, “fazer o sagrado”) de Brahma.
Segundo Bronilaw Malinowski, “nas civilizações primitivas, o mito desempenha uma função indispensável: ele exprime, enaltece e codifica a crença; salvaguarda e impõe os princípios morais, garante a eficácia do ritual e oferece regras práticas para a orientação do homem. O mito, portanto, é um ingrediente vital da civilização humana; longe de ser uma fabulação vã,  ele é ao contrário uma realidade viva, à qual recorre incessantemente; não é absolutamente uma teoria abstrata ou uma fantasia artística, mas uma verdadeira codificação da religião primitiva e da sabedoria prática” (FARJANI, p. 51).
REFERÊNCIAS

BARTLETT,  Sarah (texto da Internet).
FARJANI, Antônio Carlos. A linguagem dos deuses – uma iniciação à mitologia holística. São Paulo: Mercúrio, 1991.

SCÁRDUA, Angelita Viana Corrêa. Entendendo os conceitos de arquétipos, mito e símbolo. (texto da Internet)

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