terça-feira, 9 de dezembro de 2008

O Espelho - João Guimarães Rosa




O ESPELHO - João Guimarães Rosa




Este texto de J. G. Rosa é uma interessante metáfora sobre a vida, que leva a um questionamento maior: em que consiste a vida? Você chegou a existir?
Diante da imagem refletida no espelho, inicia uma profunda reflexão sobre a vida e suas infinitas realidades, que interferem na imagem vista pelos nossos olhos em cada momento. O que reflete o espelho?
Busca, através do espelho, ver o "eu" (interior - alma), através de “mim" (“eu" exterior); ver além da imagem refletida, pois, os olhos “são a porta do engano". Realmente, espelhos amedrontam, pois, como portas do engano através de nossos olhos, podem refletir aquilo que não queremos ver. Sabemos que seria um despropósito pretender que psiquismo e alma se refletissem num espelho!
É uma interessante procura, porque mais profunda do que a simples imagem refletida do rosto "externo" que é fruto de inúmeros componentes e contingentes ilusivos: hereditariedade, presença do elemento animal, contágio com as paixões, efêmeros interesses, desordenadas pressões psicológicas transitórias,etc.
O espelho não é fidedigno e não reflete um rosto imutável. Prova disso, são os inúmeros tipos de espelhos com suas imagens distorcidas, propositadamente, ou não. Além das qualidades ópticas dos espelhos, ainda usamos máscaras moldadas que valem, a grosso modo, para esculpir formas, mas escondem o dinamismo fisionômico.
Guimarães Rosa defende a tese do mistério do espelho que, por isso, são para se ter medo. Considera tudo ilusão, baseado em conceitos preexistentes e modelos subjetivos.
Faz uma comparação curiosa entre fotografia e espelho: enquanto fotografia registra e eterniza o momento, o espelho apenas capta a imagem momentânea, passageira, fugaz. As Imagens não se repetem.
Enfim, Guimarães Rosa fez uma bela e instigante análise sobre este objeto que, não raras vezes, nos serve de interlocutor
Grupo: Antônio- Cássia- Elci- Hortência
Comentário sobre o autor : O escritor João Guimarães Rosa dedicou quase toda a sua vida para relatar a vida dos excluídos. Figuras como jagunços, malandros, prostitutas, loucos, crianças, pobres, e principalmente o sertanejo do estado de Minas Gerais, fazem parte de suas obras.
No dia 27 de junho foi comemorado o centenário do nascimento daquele que pode ser considerado um dos maiores escritores e pesquisador brasileiro. De acordo com a professora da Universidade de Campinas (Unicamp) e especialista na obra do autor, Suzi Frankl Sperber, “Guimarães Rosa foi simplesmente um autor fascinante. Aquilo que ele escreveu é belo, a pessoa pode entender ou não entender, mas se ela for lendo e, sobretudo, se ela o fizer em voz alta, ela ficará comovida”.
Extraido do site: http//:e-educador.com
Bricolagem eletrônica : Elci

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