Rotina
Café da manhã
Um ritual...
Em redundância de ações
O bate-bola, a sesta
O jornal Nacional
Confrontam-se
À leitura noturna
Ao cinema de fim de semana.
Acordo com Boldrin
E digo sim!
Mas o dia a dia
E a disciplina necessária
Impõem tarefas
Isentas de monotonia
E então chega o marasmo
A acomodação
E deságuo em agonia.
É certo que viver
Pode ser
Ver sem às vezes enxergar
Ler o jornal, ir à missa
Tomar banho e até andar.
Já a rapidez produz cansaço
O desinteresse, desencanto
O hábito, estresse
Então, do descompromisso
Passo à organização
E chego ao compromisso.
Amanhã, hoje, ontem
Sempre
Faço-me produtiva
Para a vida boa e prazerosa
Ignoro a cansativa tristeza
E teimo em continuar
Em quebrar a acomodação.
Encaro a realidade:
“Nada se cria, tudo se copia”
E digo não à fuga
Sim à nossa realidade
E se ninguém sai dela
Ninguém dela escapa
Deposito esperança no futuro
E concluo: faria tudo novamente!
É quando outra vez
Retorna o cansaço
E o aborrecimento
Leva à nostalgia
Pois, sem a organização que se deseja
Ergo a voz e clamo: Agora chega!
Maria Ivone Pandolfi
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