As coisas boas da vida
Pensando e refletindo sobre o “rico” tema, cheguei a algumas constatações (afirmações, conclusões? Não sei) Há razões para isso. Em primeiro lugar está a dificuldade da tarefa. Se por um lado parece fácil (são tantas as coisas boas!) por outro lado é bem complicado.
Há coisas que podemos tranquilamente apontar como boas e outras como ruins. Mas pergunto: se mudamos tanto durante a nossa vida, como citar coisas sempre boas ou sempre ruins?
E ao envelhecer vêm as dúvidas. Será que comer é bom mesmo? E o colesterol, o diabete, a pressão alta! Mas aquele doce de coco, aquele pudim de leite condensado, aquele manjar branco e a fritura, o sal? Nem pensar...
Mas vou vivendo e em vista disso vou tentar executar a minha tarefa.
Dentre as coisas boas e prazerosas coloco: a convivência com a família e com os amigos, a boa comida, as várias expressões artísticas, bons filmes, boa conversa, estar ligada aos acontecimentos sociais e políticos, ao avanço da ciência, ao ócio sem culpa...
Mas como o homem é um ser paradoxal, há no mundo muitas coisas ruins como contraponto: o crime, a miséria, a poluição, a maldade, acompanhadas de sentimentos e emoções como a raiva, a inveja, o ódio, a violência, a usura... Será culpa de Pandora, que soltou de dentro da famosa caixa os males do mundo? Mas por outro lado, não devemos esquecer que Pandora fechou a tempo de guardar a Esperança.
E para finalizar coloco um poema de Lya Luft ( do livro A riqueza do mundo, 2011, pag. 2)
Deuses e Homens
Os deuses estavam de bom humor: abriram as mãos e deixaram cair no mundo
os oceanos e as sereias,
os campos onde corre o vento,
as árvores com mil vozes,
as manadas, as revoadas
- e, para atrapalhar, as pessoas,
O coração bate com força
Querendo bombear sangue
Para almas anêmicas.
Mas onde está todo mundo?
Correndo atrás da bolsa de grife,
do ipod, do ipad,
Ou de coisa nenhuma
Tudo menos parar, pensar, contemplar.
(Enquanto isso a Morte revira seus grandes olhos de gato, termina de palitar os dentes e prepara o bote.)
Arleta
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