Já era noite quando o ônibus parou no posto da estrada.
Quase todos saíram para esticar as pernas, ir ao banheiro, tomar um lanche ou
simplesmente fumar. Resolvi que ir primeiro ao banheiro seria mais conveniente.
O lanche, se desse tempo, comeria depois.
Eis que, sonolenta, lavando as mãos, ouvi uma estranha
conversa de duas moças que acabavam de entrar...
“... mas, aí, não tive dúvida, coloquei “ele” no meu carro e levei para o meu
apartamento. O duro foi segurar “ele” no elevador, pois estava tão
eufórico que babava nos meus peitos...
- Nossa! E como você fez para dominá-lo?
- Ah! E quem disse que eu consegui? O máximo que fiz foi
colocar “ele” no banho, mas tive de entrar junto, pois ele me molhou toda...
- Mas, aí, limpinho, levou pro quarto ou pra sala ou...
- Levei pro quarto... ele se aninhou no edredon e me
olhou... sabe? com aquela cara de quem quer carinho? Não pensei duas vezes...
já que vim até aqui, que seja... No dia seguinte, saí pra comprar ração,
caminha e outros mimos no Pet shop perto de casa...”
Enxuguei as mãos, lavadas exaustivamente, respirei fundo e
saí para olhar o céu estrelado e a lua cheia que alta brilhava.
Nem tudo é o que parece.
Maria Ivone Pandolfi
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